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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Conversa no confessionário mental...

Parem...
Calem-se...
Por favor...
Já não consigo aguentar
Estas vozes dentro de mim
Que me levam a caminho do fim
Mas fazem-no devagar
Pois gostam de me torturar
Calem-se!
Já estou farta de vos ouvir
Eu sei que a culpa é minha
E que sou a culpada de tudo
Mas não aguento mais ouvir
As vossas acusações contra mim
Parem!
Eu já sei de tudo isso
Não preciso que mo digam novamente
Sei que não mereço nada
Sei que não mereço ser amada
Mas já estou farta de ser julgada
Deixem-me!
Desapareçam da minha cabeça
Deixem-me viver...
Ou deixem-me morrer...
Mas por favor, deixem-me...
NÃO!
NÃO VÃO EMBORA!
Vocês têm razão...
Eu não mereço perdão...
Eu só mereço esta solidão...
Não me deixem sozinha
Vocês são a minha única companhia
São as únicas que me conhecem
E para quem não preciso mentir
Nem preciso de me esconder
São as únicas que me conseguem compreender
São as únicas que sabem
O que é viver na escuridão
Mas estar rodeada de luz
Não conseguir ver nada
Mas ter os olhos abertos
Sabem o que é sentir solidão
No meio de uma multidão
Sabem o que é chorar
Através de um sorriso
Sabem o que é soluçar
Através de uma gargalhada
Sabem o que é querer estar morta
E continuar a caminhar pela vida
Por isso não me deixem...
Desculpem a minha revolta...
Sei que vocês têm razão
E que jamais me abandonarão
Sei que mereço a minha punição
Por me ter revoltado contra vocês
Mas não se precisam de preocupar
Eu vou ser dura comigo
E me punirei até sangrar
E agora vou cumprir o meu castigo
Pois não vos quero desagradar
E aproveito para pedir...
Não, não é a capacidade de sorrir
Pois sei que é irrecuperável...
Quero apenas implorar
Que apressem o meu julgamento final
Pois não sei quanto tempo vou aguentar
Viver esta vida de mentira
Onde tenho de sorrir...
Quando quero chorar...


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